sexta-feira, 11 de março de 2011

III

- Irmãozinho! – Emma gritou, abrindo a porta e entrando no quarto.

Eu estava sentado na cama, assistindo TV, aborrecido por não ter conseguido ver ninguém da família ainda. Mamãe e papai estavam no trabalho e a Emma sumira desde cedo.

- Emy, como é bom ver você, maninha. – Disse sorrindo.

Emma lançou-se em meus braços, beijando-me a bochecha com força e segurou meu rosto com as duas mãos, olhando-me nos olhos.

- Como você está? Senti tanto a sua falta, Matt.

- Eu estou bem e sem tontura. – Sorri e coloquei minhas mãos também no rostinho dela, olhando-a nos olhos. – Também senti falta de você. O que esteve fazendo dia inteiro?

- Preparando uma surpresa para você. – Emma disse sorrindo e descendo da cama. – Agora, fecha os olhos.

- O que andou aprontando, hein?

- Fecha logo, Matt.

- Tudo bem. – Sorrindo e curioso, fechei os olhos com força.

- Pode vir. – Emma disse baixinho, num sussurro. – Agora abre, Matt.

Quando abri os olhos, vi algo que não pude acreditar e então, fechei novamente os olhos com força e abri mais uma vez, olhando para a garota à minha frente de cabelos tingidos de vermelho, um olho cor de mel e outro verde, jaqueta de couro, jeans desbotado, tênis e um sorriso tímido no rosto. Era a Coke, a vocalista da minha banda favorita. Ela estava ali, diante de mim e eu não conseguia mexer nenhum músculo. Olhava para ela com ar de espanto e com os lábios entreabertos.

- Oi. – Ela disse sorrindo e acenando para mim, chegando perto da minha cama e tomando minha mão nas suas.

- Oi.

Estava espantado e perguntava a mim mesmo porque ela estava lá; “talvez a Emma tivesse insistindo tanto que ela resolveu ir ou a adolescente punk havia se comovido com a história” ri dessa ultima possibilidade. “Fala sério”.

Coke sorriu.

- Sou a Funny, mas me chamam de Fun, ou de Coke mesmo. Você... Pode chamar do que quiser, quer dizer... Chame do que achar melhor... Ah... – Coke abaixou a cabeça, parecia um pouco embaraçada, enquanto passava a mão na nuca e voltava a olhar para mim e sorri.

- A Emma pagou quanto pra você vir aqui? – Disse tentando manter a pose de durão, mas tinha esquecido de que estava doente, na cama, sem saber o que tinha porque minha querida mãezinha estava escondendo a porcaria do problema de mim.

- Cara, foi grana preta. – Ela abriu um extenso sorriso e sentou-se na cadeira ao lado da minha cama. -Quantos anos você tem? Sua irmã disse que já faz faculdade.

- É. Tenho dezenove. É meu terceiro ano de faculdade. – Sorri passando a mão nos cabelos, meio sem jeito ainda. –

- Ah... Eu tenho dezessete.

- É ?

Coke olhou para mim frustrada e tentou disfarçar a frustração com um sorriso estranho, que quase pareceu uma careta.

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