sexta-feira, 11 de março de 2011

III continuação

- Há quanto tempo está aqui? – Ela perguntou quebrando o silencio.

- Uma semana, eu acho.

- Pouco tempo. E vai ficar aqui por pouco tempo também. É isso aí! – Ela sorriu, levantando os braços . – Vou vir aqui todos os dias, para ver você e espero que fique bom antes de eu ter de voltar. É uma promessa!

- Você faz o que quer.

- Isso. E eu quero ver você.

- Oh, que maravilha. – Disse ironicamente.

- Por que é assim?

- Assim como?

- Ah, esquece. – Ela passou as duas mãos nos cabelos, bagunçando-os.

- Desculpa eu ficar agindo feito idiota. É que você não sabe o quanto é insuportável ficar aqui neste hospital sem saber porque droga estou aqui. E além do mais, não sou o fã obcecado, que gosta de agarrar o ídolo, que você “tá” acostumado.

Coke me olhou com a boca entreaberta, assustada. Os olhos dela encheram-se de lágrimas e ela fez um gesto para levantar-se, mas estava tão tensa que não conseguiu se levantar. Mas logo sorriu para mim, colocando a mão no meu braço, dando um tapa de leve.

- Eu não te culpo, ta? – Ela tirou a mão do meu braço e apertou um pouco os olhos.

- Tudo bem, você teve maior boa vontade de vir, eu deveria ser mais agradável então... – Fiz uma pausa curta – A senhorita gostaria de ter uma conversa intelectual comigo?

Começamos a rir e então paramos um pouco a olhar um para o outro. Eu não acreditava que tinha sido tão grosso com uma pessoa tão amigável.

- Ah, isso é bom.

-Não leve isso a sério, garota. – Rindo, me ajeitei na cadeira.

- Não é isso. – Ela passava a mão sobre a minha mão e não tinha reparado. – Não precisa bancar o durão comigo, ok?

– OK. Gostei muito de você ter vindo aqui. Você até que é bastante legal.

- Você também é legal Matt. – Coke sorriu e, pegando o seu violão que estava logo ao lado, colocou-o no colo. – Trouxe o meu violão para tocar uma musica pra você.

- Poxa, que legal. – Peguei o celular sobre a mesinha, liguei a câmera e comecei a filmar. – Estou filmando.

Coke sorriu tímida, acenou para a câmera e abaixou a cabeça, pensando em algo. Parou por alguns instantes e logo começou a tocar e a cantar:

Talvez tudo esteja como está

Porque não ensinaram as rosas como falar

Para que elas dissessem poesias pra salvar mundos

Mas talvez, mesmo assim, escapassem pelos fundos

Deixaram abertas as portas dos fundos da casa

Tudo parece estar assombrado

A dor espalhou-se; está em todo lado

Sei que agora está caído, mas quero que levante

Vou estar aqui dando forças pra seguir adiante

Você tem fé e precisa prosseguir

Pra no final dizer à dor “eu venci”

Não tenha medo, estarei ao seu lado

E não há nada que irá te impedir de ser amado

Se não conseguir andar, vamos nos arrastar

Estarei sempre por perto quando chorar

E quando a dor ferir seu coração

Eu virei e cantarei para você uma nova canção

Mesmo que o numero de quedas seja mais que um milhão

Sempre deixe abertas as portas desse seu coração

Você vai ter uma força que desconhecerá

E eu entenderei porque é tão bom lhe amar

Assim estaremos seguros dentro de uma caverna

Eu e você, sob a luz do luar e da lanterna

E eu entenderei porque é tão bom lhe amar

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