segunda-feira, 21 de março de 2011
Motivo ( Cecilia Meireles)
quarta-feira, 16 de março de 2011
Amor dolorido
Do abraço que eu nunca ganhei
De uma pessoa com quem não andei
Choro por alguém que está distante
Por um coração que desconhece minha existencia
Choro porque perdi a paciência
Deixo escapar suspiros desesperados
Fecho os olhos imaginando-me em seus braços
Sinto nossos sonhos sendo entrelaçados
Sou tola o suficiente para amar assim
Tenho o velho e vil coração partido
Escolhi um jeito de amar muito dolorido
sexta-feira, 11 de março de 2011
III continuação
Escutei atentamente a musica, aquela foi a musica que ela fez para um amigo, por quem era apaixonada e que acabou morrendo de câncer há quase três anos atrás e agora cantava para mim. Ao terminar, sorri, bati palmas, minha pulsação estava a mil.
- Essa música tem o estilo bem diferente do estilo da banda, não é? – Perguntei, olhando ela sorrir para mim.
- É verdade. Fiz quando tinha treze anos e o Jake ainda era vivo. Pensei que ele sobreviveria, mas não dei o apoio suficiente e então ele morreu por minha culpa. – Coke parou por um tempo de cabeça baixa e seu sorriso transformou-se numa expressão triste e então, ela olhou para mim de repente - Não quero que aconteça a mesma coisa com você e agora que te conheço e sei o quanto você é legal, vou fazer de tudo pra te convencer que você não merece sofrer e que isso vai passar.
-Tudo bem. – Disse baixo, ouvindo os soluços da garota.
- Fico preocupada, não quero ter sentimentos de culpa mais fortes. – Ela disse me olhando e forçando um sorriso.
- Tudo bem, tudo bem. – Disse sem saber direito o que falava.
Ela então se levantou e sorriu para mim, passando a mão no rosto e secando as lagrimas. Fez uma careta boba e então começamos a rir.
- Não acredito, cara, você canta muito melhor ao vivo. – Eu olhava para ela, rindo. – Gostei de ter vindo.
- Sua irmã é bem convincente e eu não tinha mesmo que fazer por aqui. – Coke deu de ombros, rindo – Os garotos que estavam procurando gostosonas por aí.
- Minha irmã é mesmo convincente. – Achei a resposta dela engraçada e ri.
- Agora, eu que virei sua fã. – Coke disse sorrindo – e vejo que seremos grandes amigos. Você irá me ligar, eu ligarei pra você, nos encontraremos em shows e vou te encher para sempre. E quando você estiver bom, me avise e eu vou mandar muitos chocolates pra você. – Ela ria, parecendo uma criança e parecia bastante animada. – O que acha?
- Eu acho muito bom. Principalmente a parte dos chocolates. – Disse sorridente.
- E você vai me ligar e mandar presentes, não vai? E tem de ir me visitar e me ver em shows. – Ela disse sorrindo, olhando para mim, animadíssima.
- Claro.
-Isso aí, Matt. – Coke sorriu passando as mãos nos meus cabelos e bagunçando-os.
- Mas não quero que perca seu tempo com um garoto que tem os dias contados...
- Nunca mais diga isso, ouviu bem? – Ela disse, interrompendo-me, com a voz imperativa. – Você ainda vai viver bastante, tem só dezenove, tem muito o que viver, muitas garotas para namorar, muitos sonhos a construir, tem uma irmã linda, que suportou chuva e me disse coisas lindas, que me convenceram a vir te ver. Então, não faça isso tudo ser em vão. – Coke sorriu, olhando-me nos olhos.
- Tudo bem. – Estava surpreso com tudo o que ela havia me dito e estava meditando em tudo, enquanto ela falava e vi que realmente tinha até razão. – Você tem razão, Coke, obrigada, mas é que não agüento esses problemas que aparecem do nada.
- Mas vai dar tudo certo, Matt, você verá que vai dar tudo certo e eu estarei do seu lado sempre. – Ela tomou as minhas mãos nas dela e me olhou nos olhos sorrindo. – Eu estou contigo, tá?
Sorri. Ela conseguiu fazer com que eu deixasse de ser o grosso idiota que ela tinha encontrado quando entrou no quarto.
Mattew Robert Williams
III continuação
- Há quanto tempo está aqui? – Ela perguntou quebrando o silencio.
- Uma semana, eu acho.
- Pouco tempo. E vai ficar aqui por pouco tempo também. É isso aí! – Ela sorriu, levantando os braços . – Vou vir aqui todos os dias, para ver você e espero que fique bom antes de eu ter de voltar. É uma promessa!
- Você faz o que quer.
- Isso. E eu quero ver você.
- Oh, que maravilha. – Disse ironicamente.
- Por que é assim?
- Assim como?
- Ah, esquece. – Ela passou as duas mãos nos cabelos, bagunçando-os.
- Desculpa eu ficar agindo feito idiota. É que você não sabe o quanto é insuportável ficar aqui neste hospital sem saber porque droga estou aqui. E além do mais, não sou o fã obcecado, que gosta de agarrar o ídolo, que você “tá” acostumado.
Coke me olhou com a boca entreaberta, assustada. Os olhos dela encheram-se de lágrimas e ela fez um gesto para levantar-se, mas estava tão tensa que não conseguiu se levantar. Mas logo sorriu para mim, colocando a mão no meu braço, dando um tapa de leve.
- Eu não te culpo, ta? – Ela tirou a mão do meu braço e apertou um pouco os olhos.
- Tudo bem, você teve maior boa vontade de vir, eu deveria ser mais agradável então... – Fiz uma pausa curta – A senhorita gostaria de ter uma conversa intelectual comigo?
Começamos a rir e então paramos um pouco a olhar um para o outro. Eu não acreditava que tinha sido tão grosso com uma pessoa tão amigável.
- Ah, isso é bom.
-Não leve isso a sério, garota. – Rindo, me ajeitei na cadeira.
- Não é isso. – Ela passava a mão sobre a minha mão e não tinha reparado. – Não precisa bancar o durão comigo, ok?
– OK. Gostei muito de você ter vindo aqui. Você até que é bastante legal.
- Você também é legal Matt. – Coke sorriu e, pegando o seu violão que estava logo ao lado, colocou-o no colo. – Trouxe o meu violão para tocar uma musica pra você.
- Poxa, que legal. – Peguei o celular sobre a mesinha, liguei a câmera e comecei a filmar. – Estou filmando.
Coke sorriu tímida, acenou para a câmera e abaixou a cabeça, pensando em algo. Parou por alguns instantes e logo começou a tocar e a cantar:
Talvez tudo esteja como está
Porque não ensinaram as rosas como falar
Para que elas dissessem poesias pra salvar mundos
Mas talvez, mesmo assim, escapassem pelos fundos
Deixaram abertas as portas dos fundos da casa
Tudo parece estar assombrado
A dor espalhou-se; está em todo lado
Sei que agora está caído, mas quero que levante
Vou estar aqui dando forças pra seguir adiante
Você tem fé e precisa prosseguir
Pra no final dizer à dor “eu venci”
Não tenha medo, estarei ao seu lado
E não há nada que irá te impedir de ser amado
Se não conseguir andar, vamos nos arrastar
Estarei sempre por perto quando chorar
E quando a dor ferir seu coração
Eu virei e cantarei para você uma nova canção
Mesmo que o numero de quedas seja mais que um milhão
Sempre deixe abertas as portas desse seu coração
Você vai ter uma força que desconhecerá
E eu entenderei porque é tão bom lhe amar
Assim estaremos seguros dentro de uma caverna
Eu e você, sob a luz do luar e da lanterna
E eu entenderei porque é tão bom lhe amar
III
- Irmãozinho! – Emma gritou, abrindo a porta e entrando no quarto.
Eu estava sentado na cama, assistindo TV, aborrecido por não ter conseguido ver ninguém da família ainda. Mamãe e papai estavam no trabalho e a Emma sumira desde cedo.
- Emy, como é bom ver você, maninha. – Disse sorrindo.
Emma lançou-se em meus braços, beijando-me a bochecha com força e segurou meu rosto com as duas mãos, olhando-me nos olhos.
- Como você está? Senti tanto a sua falta, Matt.
- Eu estou bem e sem tontura. – Sorri e coloquei minhas mãos também no rostinho dela, olhando-a nos olhos. – Também senti falta de você. O que esteve fazendo dia inteiro?
- Preparando uma surpresa para você. – Emma disse sorrindo e descendo da cama. – Agora, fecha os olhos.
- O que andou aprontando, hein?
- Fecha logo, Matt.
- Tudo bem. – Sorrindo e curioso, fechei os olhos com força.
- Pode vir. – Emma disse baixinho, num sussurro. – Agora abre, Matt.
Quando abri os olhos, vi algo que não pude acreditar e então, fechei novamente os olhos com força e abri mais uma vez, olhando para a garota à minha frente de cabelos tingidos de vermelho, um olho cor de mel e outro verde, jaqueta de couro, jeans desbotado, tênis e um sorriso tímido no rosto. Era a Coke, a vocalista da minha banda favorita. Ela estava ali, diante de mim e eu não conseguia mexer nenhum músculo. Olhava para ela com ar de espanto e com os lábios entreabertos.
- Oi. – Ela disse sorrindo e acenando para mim, chegando perto da minha cama e tomando minha mão nas suas.
- Oi.
Estava espantado e perguntava a mim mesmo porque ela estava lá; “talvez a Emma tivesse insistindo tanto que ela resolveu ir ou a adolescente punk havia se comovido com a história” ri dessa ultima possibilidade. “Fala sério”.
Coke sorriu.
- Sou a Funny, mas me chamam de Fun, ou de Coke mesmo. Você... Pode chamar do que quiser, quer dizer... Chame do que achar melhor... Ah... – Coke abaixou a cabeça, parecia um pouco embaraçada, enquanto passava a mão na nuca e voltava a olhar para mim e sorri.
- A Emma pagou quanto pra você vir aqui? – Disse tentando manter a pose de durão, mas tinha esquecido de que estava doente, na cama, sem saber o que tinha porque minha querida mãezinha estava escondendo a porcaria do problema de mim.
- Cara, foi grana preta. – Ela abriu um extenso sorriso e sentou-se na cadeira ao lado da minha cama. -Quantos anos você tem? Sua irmã disse que já faz faculdade.
- É. Tenho dezenove. É meu terceiro ano de faculdade. – Sorri passando a mão nos cabelos, meio sem jeito ainda. –
- Ah... Eu tenho dezessete.
- É ?
Coke olhou para mim frustrada e tentou disfarçar a frustração com um sorriso estranho, que quase pareceu uma careta.