terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

II continuação

Ao chegarmos ao quarto, mostrei a ela o banheiro e fiquei a esperá-la sentada em minha cama, olhando para o teto e pensando em tudo o que a garota havia me dito. “Um fã com problema sério. Isso me deixa bastante preocupada. E que garota maravilhosa é essa? Fazendo tudo isso pelo irmão doente! Preciso recompensar tudo isso. Estou me sentindo obrigada a fazer o máximo em ajudá-lo.”

- Quantos anos você tem? – Perguntei à ela enquanto ainda vestia-se no banheiro. – Pode deixar a roupa aí no cantinho.

- Tenho onze. – Ela disse saindo do banheiro com o cabelo preso em um rabo de cavalo um pouco desgrenhado e com a manga da camisa dobrada até os cotovelos.

- Tem um rostinho lindo. – Sorri, segurando no queixo dela e, levantando-me. – Tenho um short aqui, que vai dar certinho em você. – Disse e fui ate minhas malas, revirando as coisas.

Usava aquele short apenas quando estava muito quente, porque preferia mesmo jeans folgado e tênis.

- Aqui. – Voltei e entreguei o short preto a ela. – Vai ficar uma bermuda. – Sorri.

- Obrigada mesmo. – Emma vestiu o short e sorriu para mim. – tchan nan!

Sorri e abracei-a dizendo que estava linda e estava realmente. De mãos dadas, voltamos à sala sob os olhares curiosos dos garotos.

- Ainda está chovendo? – Perguntei.

- Não, parou de chover, tem uns cinco minutos. – O Mike disse. – Como está linda!

Olhei para Emma e ela sorria de um jeito tímido, de cabeça baixa e com as maçãs do rosto um pouco coradas.

- Vou com a Emma ver o irmão dela. Amanhã o Mike vai comigo. – Disse decidida e sorridente.

- Agora? – O Robbie olhou para mim assustado.

- Sim. Agora mesmo. Pronta, Emma? – Olhei para a garota e sorri.

- Prontíssima. Não vejo a hora de mostrar meu irmão a você. – Emma disse animadíssima.

- Então vamos. – Disse.

- Não vai dirigindo não, né? – Mike disse preocupado.

- Não, vamos pegar um táxi. – Eu disse rindo, pegando o guarda-chuva e um casaco seco; abracei a Emma e fui conduzindo-a para fora.





Funny Richard Taylor

II

Joguei-me no sofá, com os braços abertos e os olhos fechados. Respirando profundamente, descansando o corpo, pela primeira vez em dias.

- Voltou, Fun! Como foi o passeio? – Mike jogou-se ao meu lado, passando o braço sobre os meus ombros, abraçando-me.

- Foi bem legal, na verdade, o de sempre: fotógrafos, gente maneira, gente não tão maneira, gente desprezível, paparazzi. Não sabia que existia paparazzi para banda de rock. – Abri os olhos cansados e olhei para o Mike, arqueando as sombrancelhas.

- Mas eles fazem de tudo pra ganhar dinheiro, mano. Você sabe, Fun, não sei por que se surpreende! – Mike olhou para mim.

- É, eu sei. Tem maior galera aí na porta, né?

- É. – Mike levantou-se e rindo, estendeu a mão para mim – a senhorita me daria à honra de me acompanhar até a janela para ver os nossos belíssimos fãs?

- Claro, senhor Michael. – Segurei a mão do Mike, com ar de riso e caminhamos até a janela, abrindo-a para olharmos as pessoas que esperavam-nos lá embaixo.

Acabei por me surpreender com uma garotinha, que estava sentada no chão, lá embaixo, debaixo daquela chuva gelada. Olhei para o Mike,preocupada, peguei meu guarda-chuva, vesti meu casaco, colocando o capuz sobre a cabeça.

- Para onde está indo? – O Mike disse, quando eu segurei na maçaneta, para abrir a porta. – A turma chega daqui a pouco.

- Vou lá embaixo. – Disse, abrindo a porta.

- Mas está chovendo e tem maior galera lá. – O Mike me olhava com um olhar desesperado.

- Por isso mesmo! Já volto! – Saí correndo, passando pelos corredores, peguei o elevador, que tinha quatro pessoas dentro e então, abaixei a cabeça, fiz o que pude para não me reconhecerem e, quando a porta abriu, corri para fora, passando pelos seguranças e me metendo entre a multidão, procurando a garotinha.

Estava um pouco difícil, porque me carregavam para tirar foto, dar autógrafo, perguntar quando eu voltava e eu me esforçava em dar atenção a todos, não querendo ser grossa, sempre tentando ser educada, sorrindo e então, no meio da multidão, vi a garotinha sentada no passeio, toda molhada. Caminhei até ela e sorri, tentando ser amigável, abrindo o guarda-chuva.

- Ei, baixinha, como é teu nome?

- Emma. Você é a Coke, né?

- Sou sim. – Respondi, estendendo a mão para ajuda-la a levantar-se.

- Você é bem mais bonita assim. – A garota sorriu, levantando-se.

- Vem comigo, vamos sair dessa chuva. – Abracei-a colocando a garota sob meu guarda-chuva, corri com ela para dentro do quarto e logo estava de volta.

- Voltou, Fun. Eu estava preocupado! – Luk, veio até mim e tirou o meu casaco molhado e tomou de minhas mãos o guarda-chuva. – Está toda molhada!

- Quem é essa garotinha? – Robbie perguntou, aproximando-se, segurando as baquetas.

- Emma – eu disse – não é linda?

- Muito linda. – Mike disse sorrindo, pegando a garota pela mão e levando-a até o sofá. – Está bem molhada. Se eu der uma camisa minha, você veste? – Ele olhava para ela encantado.

- aham. – Emma sorriu, apertando aqueles olhinhos lindos e grandes.

O Mike então sorriu para a garota, ergueu-se e, virando-se, abriu a porta e foi até o seu apartamento pegar uma camisa.

- Conta, Emma, o que fazia na chuva? – Sentei-me ao lado dela e sorri.

- Meu irmão é muito fã de sua banda e principalmente de você. Ele foi no show que fizeram a duas semanas atrás, mas agora ele está internado com problemas de saúde, não sei quando ele vai sair de lá e o medico disse que o emocional também influencia. O Matt não anda muito bem, tem estado muito triste e por isso, tem piorado muito.

- Ah, entendo. – Abaixei a cabeça fazendo uma reflexão sobre tudo o que ela tinha me dito.

- Quando soube que vocês tinham resolvido ficar para fazer um passeio, me animei bastante e resolvi vir aqui. Estou sentada aí na porta desde sete da manhã. Acordei bem cedo.

- Sete da manhã? – Estava surpresa, porque era quase seis da tarde. – Você deve estar morrendo de fome. Vem aqui comigo na cozinha e então vamos conversar com mais calma.

Tomei a mão dela na minha e fui com ela até a cozinha, deixando o Robbie e o Luk jogando videogame na sala.

- Pode sentar-se aí. – Indiquei uma cadeira e fui procurar algo nos armários. – Me diz, - virei-me para ela – o que posso fazer por seu irmão?

- Eu gostaria que fosse lá visita-lo. Se não for muito incomodo, é claro. – Emma olhava-me com aqueles grandes olhos, que me imploravam.

- Claro que não vai ser incomodo algum. – Sorri colocando as torradas e o pote de geléia sobre a mesa. – fala sobre o teu irmão pra mim?

- Ah isso é bom, muito obrigada, Coke. – Emma animou-se e sorriu. – O meu irmão está fazendo faculdade de engenharia e está estagiando; ele é muito inteligente e bonito. Ele ainda estava dormindo quando eu saí de lá, mas pelo que a enfermeira me disse, neste instante ele já deve estar acordado.

Sorri e abri a geladeira, tirei de lá o suco de uva de caixinha e coloquei sobre a mesa, sentando-me numa cadeira próxima à dela e mostrei-lhe torta de maçã, torta de frango, torradas, biscoito doce, geléia de morango e creme de amendoim.

- Fique à vontade. – E apressei-me em me servir, começando por um pedaço da torta de maçã. – Isso aqui tá muito gostoso. – Disse sorrindo, com a boca ainda cheia.

- A torrada com geléia e creme também. – Emma provava uma torrada com bastante creme de amendoim e geléia.

Começamos a rir, porque nós duas estávamos com o rosto todo sujo e falando com a boca cheia, mas de repente, Emma começou a tossir e reparei que ela estava pálida.

- Voltei. – Mike trazia uma camisa xadrez, de mangas compridas nas mãos e então, entregou-a à Emma. – Pronto, vista logo antes que fique resfriada.

- Vem aqui, vou levar você até o meu quarto para vestir a camisa. – Corri com ela até o meu quarto.

I

Abri os olhos devagar, a vista ainda estava embaçada, mas pude ver aqueles olhos grandes e brilhantes me encarando e sorrindo, apoiada a minha barriga, encarando-me nos olhos, como que querendo me engolir com aquela imensidão verde.

- Bom dia, irmãozinho! – Emma disse escandalosa. – Como está lindo hoje!

Eu dei um sorriso meio bobo, abraçando-a com toda a minha força, trazendo a garotinha para cima de mim e então, ela desequilibrou-se, quase caindo e ria-se, abraçando-me com força.

- Quem é a garotinha mais linda do mundo? – Eu disse tirando-a de cima de mim para facilitar a minha respiração, que já estava difícil.

- Sou eu, eu, eu! – Emma disse num sorriso lindo.

- Isso mesmo! É você, Emy.

Mamãe abriu a porta lentamente, olhando-me com aquele olhar de preocupação e, ao perceber que eu a olhava, abriu um extenso sorriso e veio correndo para me abraçar.

- Filho, você acordou! – Abraçava-me com força, meus ossos pareciam partir-se. Mamãe estava tão mais magra. – Vem, vou te levar ao banheiro.

-Mãe! – Reclamei , olhando-a .

- Filho, você acabou de fazer uma cirurgia, não pode ir andando assim, sozinho. – Ela olhou para mim com ar de reprovação. – Cuidado, você ainda está no soro!

Eu, teimoso como sempre, apoiei-me na cama e levantei-me, pisando ainda um pouco tonto no chão e erguendo-me com dificuldade. Acabei por me desequilibrar e, por pouco, não caí no chão. Mamãe havia me segurado.

- Eu disse para não se levantar sozinho. Mas que garoto teimoso! – Mamãe agarrava o meu braço e começou então a me conduzir até o banheiro, sob o olhar assustado da Emma.

- Valeu mãe – disse, ao chegar à porta do banheiro – obrigada – e entrei com ela no banheiro.

Sentei no vaso com a tampa fechada, fechei os olhos por alguns instantes, lembrando do ultimo show que tinha ido... Estava com a Carly, mas não conseguia tirar os olhos da Coke, a vocalista do kids out of the city. Ela estava muito bonita e a voz dela me impressionava, como sempre e a Carly estava com muitos ciúmes, percebi nos olhos dela, mas não acredito que ela sentiu isso afinal, a Coke é famosa, rica, cheia de amigos e com uma carreira e futuro brilhantes à frente. Não valia a pena tanta coisa.

- Matt, você tá O.K. ? – Era a Carly que enfiara a cabeça dentro do banheiro.

- Tô. – Respondi voltando à realidade.

Com a ajuda da mamãe, levantei-me, escovei os dentes ainda com um pouco de dificuldade em manter-me de pé e fui conduzido para fora do banheiro.

- Matt! - Carly correu, vindo de encontro a mim, abraçou-me com força – Estive preocupada. Eu me senti culpada, Matt, porque você começou a se sentir mal quando eu estava dando um daqueles meus ataques idiotas.

- Ah, tudo bem, Carly. – Afastei-a, segurando em seus dois braços, olhando ainda para ela e forçando um sorriso sem graça. – Olha, Carly, não dá mais.

- O que? – A Carly segurou em meus braços com força, a unha dela começava a cravar na minha pele. – O que disse, Mattew?

- Eu disse que não dá, Carly. – Repeti,soltando-a e tentando soltar os meus braços das unhas dela. – Você é ciumenta e nervosa. Não sabia que era assim e não estou agüentando mais. Agora me solta, Carly! – Disse educadamente, mas firme, olhando-a fixamente nos olhos.

A mamãe e a Emma olhavam a cena, mudas, lábios entreabertos, prontas para atacar a Carly, caso ela quisesse fazer algo, mas não foi preciso. Comecei a ficar tonto e tudo começou a ficar embaçado. Quando dei por mim, estava sentado no chão.

- Olha Matt, não sei o que deu em você! Eu... Eu... Vou embora e deixar você pensar no que disse. Com certeza vai se arrepender, então me liga depois. – Carly estava com a voz engasgada, saiu correndo e bateu a porta com força.

- Maninho – Emma sentou-se ao meu lado, com um olhar preocupado, pegou em minha mão e amparou-a em suas duas mãozinhas. – Vem deitar aqui de volta, mamãe foi chamar a enfermeira. Vou cuidar de você por enquanto, maninho.

Levantei-me com dificuldade e a Emma me conduziu até a cama e eu deitei-me, um pouco incomodado por ainda estar de toalha. Minha irmã afastou meu cabelo da testa e acariciava-me a face, olhando para mim e cantando uma canção de ninar.

- Matt, você gosta daquela banda, né? Kids with gun.

- Kids out the city. – Sorri, ainda tonto, segurando a mão da minha pequena irmã. – Gosto sim, Emy, por que?

- Por nada. – Emma sorriu, levando a mão até a boca e fechando um dos olhinhos, naquele gesto infantil, que ela não abandonara. – Eles ainda estão aqui, sabia?

- É, eu sei. Ei! Como sabe de tudo isso? Andou mexendo em minhas coisas? – Tudo em volta estava embaçado.

- Nada disso, maninho, eu sei que você não gosta que ninguém pegue nadinha seu. Só quero saber . – Emma ria-se, passando agora a mão em meus cabelos. – Fecha os olhos, tá?

“Este foi apenas efeito colateral do sedativo. Vou aplicá-lo outra vez e você irá dormir, então faremos alguns exames e você voltará daqui a três dias, ok? Vai ficar tudo bem. Não se preocupe, fique calmo e assim irá nos ajudar e poderemos acabar com isso da melhor forma.”

Por fim, vi a enfermeira injetar algo em meu soro e aos poucos, fui apagando, sob o olhar verde de minha Emma.







Mattew Robert Williams

meu novo livro chama-se "Coke - coração, voz e violão"
em breve, estarei disponibilizando a comunidade do orkut
para voces entrarem
começarei a postar a partir daqui
beijos
senti saudades de postar :3